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12 dezembro 2008

Poemas

Pintura

Olho para a parede descascada.
Uma fissura.
Confusão de ruídos na rua.
Olho através dos pensamentos.
Diálogos entre as sombras
Dos espaços brancos.
Nos dedos revolvo a menta,
Rotação rítmica dos secos
Sons das folhas.
No ar gira e explode as
Labaredas do fogão.
Sinto-as.
A dança dos bálsamos
No ar.
Novo dia à frente
Respiro ao vento.
Novas memórias.
Janelas abertas e os meus olhos
Saem.
A luz ainda cinzenta, gris, muito
Leve...
Debruçam-se na atmosfera.
A toalha aberta sobre a mesa.
Vejo as fagulhas dos olhos
As pinceladas das águas na pia.
Líquen cor de anil.
Uma escada que sobe e eu subo
Com elas,
Levando todo o poema pelas
Horas, que bebo do meu chá.


Jugioli

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