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11 janeiro 2013

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  Diário mínimo

Hoje, a frase do poeta  Guimarães Rosa veio acompanhar meus pensamentos: " Viver é muito perigoso", uma frase simples e reveladora, que esbarra com pleno e certeiro significado,  nas condições de existência desta  nossa contemporaneidade: -  época de intranqüilidade , de infindos distúrbios existenciais, de valores contraditórios , se assim podemos classificar esse tempo que se apresenta.

Viver  é mesmo perigoso. A cada  página do jornal, esfacelados de tragédias,  vemos a boca escancarada desse tempo, onde estamos nos acostumando a ver e ouvir, com rapidez e sem resistência: -a violência, desemprego, fome, massacres, corrupções e morte,  e tantas e tantas coisas mais.
Onde estamos????
Não posso ficar indiferente, ao desalento deste mundo. 

E,  nesta manhã , tenho o relato triste e melancólico da minha empregada, enquanto tomo café. Foi assaltada em sua casa, o dinheiro do aluguel desapareceu, seu filho desempregado deu uma surra na namorada, o marido a abandonou, sem meias palavras com uma vizinha.  Ela Pediu um vale para cobrir o mês de aluguel, desesperada e com  dor demais em seus olhos. 

Assim caminhamos, assim caminha a humanidade. Caminha amedrontada, sem saída .
Ainda estou segurando a xícara do café,  e sentindo um cansaço, um cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas. E sou assim tomada por essa angústia, que se sabe  imensa  e se estende pela mesa, descobrindo gota a gota esse viver que é difícil.

Juracy




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