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10-1-2013 17_45_27
Diário mínimo
Hoje, a frase do poeta Guimarães Rosa veio acompanhar meus pensamentos: " Viver é muito perigoso", uma frase simples e reveladora, que esbarra com pleno e certeiro significado, nas condições de existência desta nossa contemporaneidade: - época de intranqüilidade , de infindos distúrbios existenciais, de valores contraditórios , se assim podemos classificar esse tempo que se apresenta.
Viver é mesmo perigoso. A cada página do jornal, esfacelados de tragédias, vemos a boca escancarada desse tempo, onde estamos nos acostumando a ver e ouvir, com rapidez e sem resistência: -a violência, desemprego, fome, massacres, corrupções e morte, e tantas e tantas coisas mais.
Onde estamos????
Não posso ficar indiferente, ao desalento deste mundo.
E, nesta manhã , tenho o relato triste e melancólico da minha empregada, enquanto tomo café. Foi assaltada em sua casa, o dinheiro do aluguel desapareceu, seu filho desempregado deu uma surra na namorada, o marido a abandonou, sem meias palavras com uma vizinha. Ela Pediu um vale para cobrir o mês de aluguel, desesperada e com dor demais em seus olhos.
Assim caminhamos, assim caminha a humanidade. Caminha amedrontada, sem saída .
Ainda estou segurando a xícara do café, e sentindo um cansaço, um cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas. E sou assim tomada por essa angústia, que se sabe imensa e se estende pela mesa, descobrindo gota a gota esse viver que é difícil.
Juracy
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