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18 junho 2007

Manuscritos


O lugar da Casa

Uma casa que fosse um areal
Deserto, que nem casa fosse;
Só um lugar
Onde o lume foi acesso, e à sua roda
Se sentou a alegria; e aqueceu
As mãos, e partiu porque
Tinha um destino:
Crescer como árvore,
Resistir ao vento,
Ao rigor da invernia.
A certa manhã sentir os passos de abril
Ou ,quem sabe?, a floração dos ramos,
E de novo estremecem
Com o repentino canto da cotovia.

(Eugênio de Andrade)
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