Resenha:
Há filmes marcantes e outros que passam. A maioria deles são feitos para entreter, mas alguns são especiais, responsáveis por tocar, além dos olhos, a alma e o coração. Cerejeiras em flor é este filme que nos sensibiliza com sua poética.
A trama começa de forma dramática: - Trudi ( a magnífica Hannelore Elsner ) recebe a trágica noticia que seu marido Rudi ( Elmar Wepper), tem pouco tempo de vida. Aconselhada pelos médicos, ela o convence a sair da Bavária, vilarejo onde moram , para tirar férias e visitar os filhos em Berlim onde moram. O marido , apesar de sistemático e de poucas palavras, trabalhando num emprego burocrático e que não abre mão do seu cotidiano e rotina é convencido por ela a viajar.
Trudi omite dele o trágico destino e partem inicialmente para Berlim, reencontrando dois de seus filhos, sendo o caçula, morador no Japão, não poderia estar presente. Ambos, pais e filhos se vêem na constrangedora situação embaraçosa desse encontro, revelando o eterno conflito entre gerações ,e diante do tempo que extirpa as relações , tornando-se estranhos e diferentes em seus mundos.
Trudi e Rudi vão para a praia, também uma das paixões dela, e Trudi, a esposa, inesperadamente vem a falecer, deixando o marido Rudi sozinho.
Rudi volta para a Bavária, e revê os pertences de sua falecida, e descobre que a vida toda ela alimentou o sonho de conhecer o monte Fuji, no Japão, e assim recomeça sua jornada em reencontrar seu outro filho e em buscar o que sua mulher mais admirava: o butô.
E, no Japão , redescobre o prazer das pequenas coisas , com a ajuda de uma jovem dançarina de butô num cenário deslumbrante na primavera, época das cerejeiras.
O símbolo da flor de cerejeira nos remete a beleza do feminino e simboliza o amor, a felicidade e renovação. Flor de origem asiática, conhecida como "Sakura" é tida como a flor nacional do Japão, associada à efemeridade da existência humana e ao lema dos Samurais: viver o presente sem medo. E entre os temas relevante desta trajetória que o casal enfrenta , além da dor, cumplicidade e perdas, que sem meias palavras nos comove com o tema da velhice solidão e morte, temos a discussão sobre a finitude da vida e das várias armadilhas que criamos para não aproveitarmos com toda a plenitude os relacionamentos e o amor que nasce nesta cumplicidade.
Juracy
Um comentário:
Bom ter postagens suas novamente. Feliz regresso. Boa semana. Abraço.
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