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17 setembro 2009

Biblioteca



Dostoievski




“Notas do Subterrâneo”
É simplesmente imperdoável não ler este genial romance. Não acredito que as pessoas percam tempo em ler mediocridades dos “mais vendidos da semana” por conveniência de marketing, e esqueçam deste clássico, fundamental para entender a alma humana. As contradições e angústias estudadas e formuladas, à respeito da condição humana é memorável em todos os escritos de Dostoievski, e “Notas do Subterrâneo” não foge à regra.
O narrador nos leva a um mundo subterrâneo de oscilações, entre a grandeza e a miséria, coragem e covardia. Pólos de certezas e de instabilidades emocionais, presentes e instaladas em nossa vida.
O Penso, logo duvido ou Penso, logo desisto, são tratados nesta escrita, onde o sofrimento e as incertezas que nos movem como fonte de consciência e diálogo interior se alimentam.
Soube em pesquisas, que Nietzsche considerava “Notas do Subterrâneo”, o maior romance existencial já escrito, e dá para entender o porquê: - são as mesmas as investigações deste filósofo , refletidas em seus tratados: quais são as motivações humanas?. O homem é este ser ondulante entre o desejo e a razão? Porquê? A moral ou a ética, ou será o julgamento subjetivo das emoções que decidem ? Quem prevalece na escolha: a vontade ou a razão?
São desses dissabores e dúvidas que este romance se constrói, e não ler é perder a chance de se questionar, de se rever nas tramas existenciais do personagem, de olhar para as oscilações de humor, as contradições do amor e ódio. Nossas instabilidades e dúbios desejos.
O personagem que se debate entre o patético e o cruel na sociedade, onde a convivência de interesses impõe medidas, às vezes contrárias ao desejo humano. Tema tão atual e contemporâneo, que parece ter saído do jornal de hoje, em minutos, além do tédio, das angústias, e, principalmente, das coisas profundas das quais sentimos ou desejamos, e não sabemos elaborar.
Foi uma leitura de viagem, e amei ter levado na bagagem.
JU Gioli

6 comentários:

Anônimo disse...

Você acredita que nunca li.
Existe também o pré-conceito da leitura dos clássicos, que por serem clássicos, somos obrigados a ter lido! Mas diante de sua oportuna resenha, vou ler, sim !

Bjs

sonia a. mascaro disse...

Eu já li quando estava no científico, no Colégio Rio Branco, onde estudei. A biblioteca era (e acredito que ainda é) excelente! Como acabei comprando o livro, você me ascendeu o desejo de reler, ou pelo menos folhear...

A foto da estante é uma loucura! Eu a chamaria de "Bibliotecamancia", ou seja, uma surpresa aleatória!
Bjs.

Selena Sartorelo disse...

Olá Jú,

Fico feliz que tenha voltado, sei pelo que vi que fez um ótimo passei,que bom!

Às vezes ouço pessoas dizendo sobre os livros e autores que leem, mas sabemos de fato quando a leitura se dá, e é num momento como esse, onde o leitor sabe e faz entender o que foi lido.
Tua indicação já está bem anotada e na primeira oportunidade vou ler esse livro, pois conheço esse autor quando li Crime e Castigo e o tenho como um dos meus preferidos...penso até que após quase vinte anos já está na hora de reler essa classico como disse o Eduardo rsrsr!!!

Mas não posso deixar de falar sobre o que imagino que tenha se passado pela sua cabeça nessa viagem , Europa..pais..velhos amigos...outro tudo tão conhecido também, descanso, lembranças, conhecimentos novos e muito mais...e prá completar Dostoievisk a tira colo...rsrs Nossa!!prá ão dizer vixi!!!!!! que passeio maravilhoso rsrsr...de dentro prá fora e de fora prá dentro rsrsr!!!!

Beijos,

paçoca disse...

O seu blog foi o primeiro que eu escolhi para cumprir minha tarefa na gincana. Quando vi as fostos de sua paleta de cores me lembrei de um blog que eu gosto muito e se chama kris color strips, você o conhece? Adorei a foto da biblioteca, onde não aparecem letras. parabéns beijo da Paçoca

Maria Augusta disse...

Ju, não li este livro, mas pela tua resenha acredito que ele seja uma destas obras sempre atuais, pois tratam do âmago da alma humana, com suas motivações e contradições.
Um grande beijo e um bom domingo para você.

myra disse...

linda composiòao, e otima para Dostoiewsky, que adoro, e li e reli, muitas vezes, um abraço forte como os livros dele :)))
um bom domingo para voce

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